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Music-hall

mise en scène François Berreur

: Apresentação

De terra em terra, de ilusões em ilusiões, lugares, cidades e rostos confundem-se. “Estou perdida” diz a Rapariga. "Estou perdido”, dirá, anos depois, Jean-Luc Lagarce na sua narrativa VIAGEM A HAIA, onde nos fala de uma digressão pela Holanda. Nestas viagens de actores ambulantes, de terra em terra, onde ancorar raízes? Music-hall. Uma palavra que brilha como os projectores e as lantejoulas. Music-Hall. Uma palavra que canta como as cantoras sexy. Music-Hall. Uma palavra que sabe a martinis e gin-fizz. Music-Hall. Uma palavra que ilumina em letras vermelhas que fazem sonhar. Mas, se tudo desaparecesse, como “fazer como se nada se tivesse passado”? Music-hall. Agarrada ao seu banco alto e às recordações do seu início, uma cantora de variedades conta a vida, a que levou, de noite em noite, num decrescendo lento, a ir imperceptivelmente passando dos verdadeiros cabarés às festas de aldeia onde um público grosseiro e cheio de cerveja sucede aos espectadores mais elegantes. Nessa noite, mais uma vez, nesse lugar “que julga poder ser um music-hall”, lá estão, ela e os seus dois boys. Tentando sobreviver no baldio dos arrabaldes cinzentos, as três personagens de Music-Hall agarram-se como podem a um mundo que os rejeita, na esperança vaga de encontrar um lugar, uma réstea de glória e um projector que os tire do anonimato. Através desta metáfora terna e desesperada da precariedade do mundo do espectáculo, Jean-Luc Lagarce interroga-se sobre o sentido do destino humano e exprime todas as nossas esperanças e desencantos. Não estamos nós sempre confrontados, mesmo fora do palco, ao êxito e ao fracasso, à dúvida e à realidade? Usando como pretexto a vida itinerante de uma mulher e dos seus dois boys que apresentam um espectáculo de Music-Hall, Jean-Luc Lagarce questiona o que está em jogo no teatro contemporâneo. Ao contar a vida de artistas confrontados com as lógicas económicas de exploração das salas e com o desinteresse do público, ele evoca a condição da criação através do retrato desta artista de Music-Hall que recorre à sua vida para criar números e continua a ensaiar incansavelmente mesmo face à incompreensão. É toda a sua vida que é contada, a sua juventude e as suas viagens, os seus sonhos e as suas desilusões, as suas alegrias e os seus dissabores, os seus encontros e os seus amores, mas, sobretudo, para além de tudo, um amor ainda maior: o do teatro.

Artistas Unidos

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