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Apenas o fim do Mundo

+ d'infos sur le texte de Jean-Luc Lagarce traduit par Giovana Soar
mise en scène Marcio Abreu

: Apresentação por Marcio Abreu

Sobre o texto


“O teatro de Lagarce é a palavra colocada em ação, em fusão; e ela é inextinguível”, nos diz Philippe Minyana, que o compara a escritora Nathalie Sarraute: “ela nos mostra tudo o que está entre as palavras, Lagarce nos diz”.


Um filho retorna para sua família para lhes informar da sua morte próxima. É o reencontro com o circulo familiar onde se diz o amor que colocamos através das eternas disputas. Desta visita, que queria definitiva, o filho partirá sem ter dito nada.


O teatro completo de Jean-Luc Lagarce nos permite traçar paralelos entre suas peças e o autor. Os textos são freqüentemente curtos. As palavras contam e se sobrecarregam de uma abundância de parênteses, de pontos de suspensão, de digressões, de paradas bruscas, de ausências, de silêncios. Como uma impossibilidade real de formular.


Em muitas peças não acontece aparentemente nada e, no entanto, o sentimento de perda é cada vez mais presente. Textos como um círculo, sem início nem fim.
E sempre esta distancia. Os personagens se perguntam se é a vez deles tomarem a palavra. Os risos explodem de repente como sem sentido. Uma viagem ao coração do absurdo.



Sobre Apenas o fim do mundo, por Joël Jouanneau, que dirigiu o texto na França: “O grito existencial não se deixa facilmente tocar pela escrita. Assim, quando ele descobre a sua morte próxima, o inimigo dentro de si, o jovem, que também é o autor Jean-Luc Lagarce, encontra refugio na escrita. Face à pequena tragédia que é toda a existência, ele tenta, então, traduzir ao máximo o seu grito. Pela língua. E isto vai produzir meses depois, Apenas o fim do mundo, considerada por mim a sua mais bela peça, na qual ele imagina/se imagina um jovem na hora de sua morte, que pretende reencontrar sua família, perdida de vista há muito tempo, para anunciar a difícil novidade. Ele escolhe um domingo para faze-lo, mas voltará na mesma noite sem ter dito nada. Ao menos ele nos dá a entender, o jovem, que o silencio e a única resposta à tragédia.”


Neste texto o mergulho no mais íntimo do ser humano é estonteante. A ironia dramática chega ao seu ápice, já que o leitor sabe da sua doença, ignorada pelos outros membros da família. Todas as palavras tomam um sentido terrível, com esta revelação que não consegue ser dita. O trajeto deste homem para compreender a morte, nos oferece uma vontade de vida, como um derradeiro presente.


Apenas o fim do mundo foi escrito por um homem que se sabia condenado. Provavelmente só quem está perto da morte pode ter uma tal preocupação com a justeza das palavras. Em Lagarce, não se trata de preciosismo, esta precisão é a sua escrita, exigente, rigorosa, não naturalista. Esta exigência formal ultrapassa a história da família e lhe dá um lado universal, como todas as grandes obras literárias.


O teatro de Jean-Luc Lagarce é um teatro íntimo, nostálgico, humanista, mas com algum cinismo, onde as palavras contam a história, mas estão recheadas de suspensões, de silêncios, de ausências, de perdas. Pouco representado enquanto vivo Jean-Luc Lagarce é agora um nome fundamental da dramaturgia contemporânea pela precisão da escrita, a sensibilidade e a justeza da narrativa.



Sobre a montagem


O presente projeto – Apenas o fim do mundo - consiste na criação e realização de uma peça de teatro inédita no país, de autoria do francês Jean-Luc Lagarce, que dá continuidade ao trabalho da companhia brasileira de teatro. A escolha de um autor contemporâneo e de um texto ainda não apresentado ao público brasileiro deve-se à trajetória de pesquisa da companhia e reflete a busca de um trabalho contínuo e de aprofundamento de linguagem no campo da dramaturgia.
O foco principal dos trabalhos da companhia e o que determinou a escolha de cada um deles é o que nos leva a escolher, neste momento, o projeto Apenas fim do mundo: a manutenção do trabalho e o aprofundamento na linha de pesquisa de uma companhia teatral independente. Nos nossos espetáculos lidamos com formas dramaturgicas diversas: adaptação de texto, criação de textos originais, colagem, processos colaborativos de escrita, dramaturgia de ator e dramaturgia de diretor.
Reunindo aspectos como ineditismo, continuidade de trabalho e aprofundamento de pesquisa, pretendemos com o projeto em questão levar teatro de qualidade a um público adulto abrangente, sem restrições de classe social, sexo ou escolaridade. Com os trabalhos de repertório da companhia, temos constantemente oportunidades de comprovar que é possível oferecer obras elaboradas estética e conceitualmente a platéias diversas. O teatro é um meio de expressão artística com potência de entretenimento, reflexão, provocação, sensibilização, humanização e questionamento. Acreditamos na universalidade da obra escolhida e dos temas que fazem parte dela, assim como na nossa capacidade de ser veículo e agregar valor humano e artístico à nossa criação.
Contamos com uma equipe estável de profissionais, pertencentes à companhia ou convidados como colaboradores, o que nos permite ter uma certa estabilidade artística e de produção. O Projeto Apenas o fim do mundo pretende essencialmente propor e apontar novos caminhos de linguagem cênica e de interpretação, sempre acreditando que para a realização de uma boa obra é preciso inteligência, bom humor e sensibilidade.

Marcio Abreu

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