E, às vezes, sinto-me impotente. Inútil, incapaz do que quer que seja, ficando por aqui sem nada mais poder fazer ou dizer. Ser cego e surdo e, ainda para mais, imbecil. Aguardar e suportar a minha impotência. Ser desarmado e dever renunciar. Ser imóvel na impossibilidade de tomar a palavra, de prolongar o discurso, de responder, de dizer umas coisas imaginadas na solidão e que julgávamos essenciais.
E, às vezes, sinto-me inútil diante do mundo.
O que dizem as gentes, a omnipresente arrogância das gentes, não o compreender, não o compreender ou não o admitir, imaginá-lo de outra forma, saber que é meu dever, meu dever – dizer a si próprio esta palavra: o dever – saber que é meu dever dizê-lo de outra maneira, e não deixar de me defrontar contra os seus reflexos. As pessoas, tal como as vemos ou como as imaginamos, não saber mostrá-las nem mesmo saber olhá-las, perder o seu segredo entrevisto, sem nunca nada dele poder ter feito. Ver fugir a evidência da pessoa.
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